quinta-feira, novembro 07, 2019

Silêncios





                                      Silêncios

O som do silêncio, que a ti fecundas, e a mim atordoa,
queres uma estrada, e este som imenso, jogas pro léu tudo
o que a ti não convém, sereno, sigo a trilha que abandonaste,
e imerso nos meus pensamentos, nada ouço, sou surdo.

Prosseguiste na insana busca do tangível sonho,
nas frestas das janelas, avista-se estrelas tremeluzirem
lembraste de coisas há muito passadas, coisas de antanho,
eu absorto continuo e observo as passadas, na areia, sumirem.

Agora caminhamos, como sempre gostas, de mãos dadas,
e além das ondas quebrando nos nossos pés, só há silêncios
a escutar, brilhos de estrelas, devaneios e dúvidas infundadas.

Não, quero somente conversarmos pelo olhar, sem palavra
dita, só pensada. Vivenciar o sonho real, os olhares trocados,
os pensamentos sinceros, e esse soneto de minha lavra.


Luiz Alberto Monteiro, novembro de 2019

Nenhum comentário: