Silêncios
O som do silêncio, que a ti fecundas, e a mim atordoa,
queres
uma estrada, e este som imenso, jogas pro léu tudo
o
que a ti não convém, sereno, sigo a trilha que abandonaste,
e
imerso nos meus pensamentos, nada ouço, sou surdo.
Prosseguiste
na insana busca do tangível sonho,
nas
frestas das janelas, avista-se estrelas tremeluzirem
lembraste
de coisas há muito passadas, coisas de antanho,
eu
absorto continuo e observo as passadas, na areia, sumirem.
Agora
caminhamos, como sempre gostas, de mãos dadas,
e
além das ondas quebrando nos nossos pés, só há silêncios
a
escutar, brilhos de estrelas, devaneios e dúvidas infundadas.
Não,
quero somente conversarmos pelo olhar, sem palavra
dita,
só pensada. Vivenciar o sonho real, os olhares trocados,
os
pensamentos sinceros, e esse soneto de minha lavra.
Luiz
Alberto Monteiro,
novembro
de 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário