Solidão
A pior solidão é a d’alma que amargura,
não vemos nos caminhos diários a luz,
com isso às vezes vamos a loucura,
quero fugir, viajar sozinho no calaluz.
As flores murcham, nos campos altos
das montanhas, não reconheço as orquídeas,
meus olhos umedecem tenho sobressaltos,
lá insistem, voam as pequenas ranfastídeas
Caminhante trêmulo nos passos desconexos,
pergunto por alguém que sumiu na floresta,
no dorso da fêmea como um anuro, em amplexos.
Chamo o vazio, não responde, está de boresta,
não busca nada, não se ocupa, tem solidão,
arredio, olho o nada do futuro, é o que me resta.
Luiz Alberto, maio de 2021
2 comentários:
Amei o texto !
Maravilhoso! Encantada!
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