sexta-feira, junho 11, 2021

Solidão

 


                            Solidão


A pior solidão é a d’alma que amargura,

não vemos nos caminhos diários a luz,

com isso às vezes vamos a loucura,

quero fugir, viajar sozinho no calaluz.


As flores murcham, nos campos altos

das montanhas, não reconheço as orquídeas,

meus olhos umedecem tenho sobressaltos,

lá insistem, voam as pequenas ranfastídeas


Caminhante trêmulo nos passos desconexos,

pergunto por alguém que sumiu na floresta,

no dorso da fêmea como um anuro, em amplexos.


Chamo o vazio, não responde, está de boresta,

não busca nada, não se ocupa, tem solidão,

arredio, olho o nada do futuro, é o que me resta.


                          Luiz Alberto, maio de 2021


2 comentários:

Anônimo disse...

Amei o texto !

Anônimo disse...

Maravilhoso! Encantada!