sexta-feira, julho 03, 2020

Devaneios


                     Devaneios
Sonhos loucos, na quarentena,
de carinhos que eu quero, desejo,
imagino, percebo e ouço.
Não, eu não estou louca,
sinto-me contorcendo,
e minhas pernas, já insana que estou,
se dobra, se aperta,
e sucumbe pelo gozo profundo
do meu próprio toque. Só a ele me entrego.
A minha libido é latente,
desenfreada de pudor.
Sufocante ouço sinos no ouvido, loucura.
Gemidos entoo, sem rimas, nem pudor,
Sonho com o toque real, parece ser o teu,
e me desespero às vezes, não pelo meu,
mas, o teu, que me fazias sem pressa,
à noite, de manhã, a tarde, não importa,
era, quando, a qualquer hora,
que me olhavas e desejavas, lembras?
Ao me virar de bruços, olhavas meu dorso,
acariciava, beijava, aos poucos,
tu me desejavas e me possuía com delicadeza,
tu desenhavas com o dedo e a língua uma ode ao amor.
Só ao lembrar, solto gemidos agudos, de prazer,
digo que me enlouqueces, digo que quero teu corpo.
Mais uma vez meu toque me faz desmaiar.

                                         Taina Santos, junho 2020

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