Não
gostava de ir a aula dia nenhum, achava uma chatice ficar ouvindo
ensinamentos que eu não havia pedido para aprender.
Mas
em algumas aulas eu gostava do professor, de ouvi-lo falar, de suas
analises do contexto onde as coisas tinham acontecido e esse era o
caso das aulas de historia; alias das aulas de historia não, das
aulas de historia desse professor.
Ele
começava as aulas: - Hoje vamos falar da guerra dos canudos. Não
esta na pauta da matéria deste ano mas foi um acontecimento
importante para vocês conhecerem melhor.
E
desfiava os conhecimentos dentro do contexto politico e social da
época, as motivações históricas, e todos as alavancas sociais
para que aquele evento acontecesse daquela forma. Quando ele falou
que havia sido escrito um livro sobre a guerra, fiquei curioso de
saber qual, e então ele disse que era Os Sertões de Euclides da
Cunha descreve a movimentação feito pelo exercito brasileiro para
sufocar um movimento libertário liderado por Antônio Conselheiro,
que havia fundado no interior da Bahia uma comunidade livre com
regras próprias.
Havia
um detalhe que me fez prestar toda atenção ao que era falado; havia
lido o livro por conta das aulas de português. O que me fez reler o
livro e nessa segunda leitura as informações tinham uma visão
completamente diferente da leitura de antes. Isso me fez adorar as
aulas de historia. Isso me fez adorar ler livros pois eu passei a
imaginar cada livro como uma descrição de um contexto, real ou
imaginário, do autor.
Depois
disso eu viajava em cada leitura que eu fazia, passei a ler muito,
minha casa tinha muitos livros que nunca vi ninguém ler.
Cada
aula era uma aula magna de conhecimento e erudição. Aprendi muito e
principalmente aprendi a aprender.
Eu
continuava a não gostar de ir as aulas, mas passei a tirar da lista
do que eu não gostava as aulas de historia e de português. Passei a
achar interessante estas aulas.
Mas
continuei a achar chato aprender o que não era interessante.
Luiz
Alberto Monteiro, jan-2013
2 comentários:
Excelente, amigo!
"Aprendi a aprender"...
Achei o máximo!
Walnize Carvalho
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