domingo, dezembro 30, 2012

Lembranças


Lembranças


Nos caminhos que ando, junto cacos amargos, e
constato nas dores alheias os motivos que percebo
em mim cicatrizados, nem por isso menos sentidos
nem por isso menos reais. São traiçoeiras, dormentes, inertes.

Do suicídio homeopático que vejo na fé permitida
e celebrada, por ânsia interna sem perceber nada
Acordo e vivo sem mascaras de forca, de fé falsa,
que sufoca a verdade e transborda a dor para dentro, matando.

Se for a loucura de minha percepção, por gestos insanos
sem pensar, automáticos, líricos, e sem perceber
a minha consciência, transfere ao além a dor desnuda.

Toda a fé que desprezo com fervor de crente, temente a mim.
E vejo inerte transformar o desconhecido em milagre,
a lembrança em dor, os cacos amargos matando aos poucos a vida.



Luiz Alberto, Itaipu, 12/2012

Nenhum comentário: