Lembranças
Nos
caminhos que ando, junto cacos amargos, e
constato
nas dores alheias os motivos que percebo
em mim
cicatrizados, nem por isso menos sentidos
nem por
isso menos reais. São traiçoeiras, dormentes, inertes.
Do
suicídio homeopático que vejo na fé permitida
e
celebrada, por ânsia interna sem perceber nada
Acordo e
vivo sem mascaras de forca, de fé falsa,
que sufoca
a verdade e transborda a dor para dentro, matando.
Se for a
loucura de minha percepção, por gestos insanos
sem
pensar, automáticos, líricos, e sem perceber
a minha
consciência, transfere ao além a dor desnuda.
Toda a fé
que desprezo com fervor de crente, temente a mim.
E vejo
inerte transformar o desconhecido em milagre,
a
lembrança em dor, os cacos amargos matando aos poucos a vida.
Luiz Alberto, Itaipu, 12/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário